segunda-feira, 23 de abril de 2007

Uma janela (Capitulo 2)

Acordou tarde. Já estava se acostumando com isso. A semana inteira tinha sido assim. Nada para fazer. Nem se preocupava mais em se pentear, tirar o pijama. Não sairia de casa mesmo. Ficava esperando algum trabalho, alguma ligação. Mandou alguns emails, mas nenhum retorno.
Abriu a geladeira e percebeu que só tinha sobrado algumas latinhas de cerveja.

-Acho que está na hora de passar no mercado – lembrou ele, fazendo uma nota mental.


O telefone fixo tocou.


- Alô.
- Filho?
- Oi pai, tudo bom?
- Tudo certo garoto. Quanto tempo! Como você tá?
- To levando...Não trabalho faz uns 5 dias. Acho que vou ficar sem dinheiro...
- Não se preocupa filhão, vamos almoçar hoje? Por minha conta.
- Pai, não preciso de esmola.
- Para com isso garoto! É esmola almoçar com seu velho pai? Hahaha
- Hahaha. Tá certo então. Onde? Não tenho dinheiro para a gasolina.
- Comemos em algum lugar por aí. Tenho que passar no banco mesmo. Aí do lado, na Paulista.
- Beleza, você passa aqui que horas?
- Daqui a pouco, uma da tarde tá bom?
- Certo, to esperando.
- Então estamos combinados, até daqui a pouco garoto! Beijo!
- Tchau.


Tu Tu Tu Tu...


Colocou o telefone de volta do gancho. Não sabia por que tinha sido tão seco com seu pai. Coitado, ele não tinha nada a ver com seus problemas. Era um homem bom. Todos sempre lhe falavam isso.


Lembrava sempre de como ele era querido pelo pessoal do bairro. Quando ele e sua mãe se separam foi um choque para todos. Menos para ele, o filho único. Ele percebia quando as coisas não iam bem. Sentia aquilo. Uma sensação estranha que vinha da boca do estômago. Uma sensação maldita, quando ela vinha alguma coisa ia acabar. Algo aconteceria.


Na padaria, na banca de jornal, em todos os lugares lhe perguntavam sempre a mesma coisa:

- Cadê seu pai? Faz tempo que eu não o vejo.


Ele nunca soube o que fazer. Aceitava tranquilamente separação dos pais, mas isso tinha que espalhar para Deus e o mundo. Apenas respondia:


- Ele mora agora perto do trabalho dele. Vem sempre aqui. Vou falar para ele dar uma passada aqui.


Sempre mentia. Seu pai nunca passava por lá. Ele e sua mãe pararam de se falar no momento em que seus pés pisaram a naquela rua pela última vez.
Como o pai vivia era um mistério, o garoto passou a conversar com ele apenas por telefone. Se encontravam em algum lugar. Era estranho...

O menino cresceu e saiu da casa da mãe, agora seu pai o visitava em casa.

13h07

Toca a campainha...

7 comentários:

Anônimo disse...

Nossa vou ser a primeira a comentar esse capítulo....que vergonha...mas como vc pediu...
bom queria dizer que a história é muito boa, nem parece que eu conheço o autor...hehhe, zoeira vc leva mto jeito, parabéns!!!ah e qdo for lançar um livro quero o meu autografado hein? bjussss

Anônimo disse...

Te adicionei lá no meu tbm, queridãoooo!
E ahhh! Eu tbm quero livro autografadoo...=(

heheheh!

Beijokasss..*

Unknown disse...

Finalmente li seu blog... mas vc quer fazer o favor de parar com essa quebra de clímax!!!!! rsrsrs.... Ou eu vou ate a sua baia e rasgo tds os seus jornais antes de vc clippar... e escondo tdas as suas caixas pro motoboy n conseguir entregar seus cds!!! uahuahahuahuha... sou mto malvada!!!!!

Bjs

Anônimo disse...

Mor legal!

Entrarei sempre por aqui!!

Abração

Anônimo disse...

Cara.......
Capitulo 2 ....super legal.....
Beijos

Anônimo disse...

Concordo com o Sr. Mário...o capítulo 2 é super legal! rsrsrs

E quero um livro autografado também!!!!!

Bjão

Anônimo disse...

Acho que a minha chuva de comentários compensa um pouco minha frequência nada regular aqui, né?...rsrsrs
Você sabe que se eu pudesse entraria assim que você atualizasse.

Bjãããããão